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09 janeiro 2014

Sementes ao vento



A metáfora das sementes jogadas ao vento que caem em diversos lugares – solo fértil, seco e nas pedras – há eons é utilizada, como, por exemplo, quando Padre Antônio Vieira usou-a para referir-se às palavras nas Sagradas Escrituras.
Retomo-a como imagem do amor. Em solo fértil, a flor seguirá o ritmo da natureza e logo também dará frutos novos; no solo seco, se desenvolverá com dificuldade e talvez não dê frutos imediatamente e, nas pedras, será ainda mais difícil germinar. Assim é o amor despendido com o outro.

Há aqueles que apesar das dificuldades estão abertos e dentro de si o tempo gasto, as palavras proferidas e o silêncio o farão germinar; ainda há aqueles que a experiência embruteceu-os um pouco, contudo, de alguma forma, algo fica em seu coração; e mesmo aqueles com a couraça mais dura , mais reticentes, ainda que precisem de um tempo maior, a mensagem, o amor está ali, em estado latente e em algum momento germinará, porque a essência humana é perfeita apesar de para alcançá-la termos que pouco a pouco ir ultrapassando a couraça fortalecida pelas crenças, tabus, culturas, etc. Mas quando rompida, o amor entra em ressonância, deixando claro que apesar do tempo de cada um ser diferente, essa ressonância retorna ao outro, ao universo.

Um comentário:

  1. Adorei esse texto. Ontem vi com a Isa um filme indiano,eu acho que fala do Amor e com o foco totalmente supreendente.: Meu nome é Khan. Veja!

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